sábado, 1 de agosto de 2009

O Rap ainda me emociona!


Por: Marcílio Gabriel

No último dia 11 de julho no CEU Butantã em São Paulo, rolou um encontro, organizado pelo site noiz.com.br, com os MCs Emicida e Max B.O. Por admiração à esses dois artistas e também por ser muito próximo à minha casa, claro que não poderia deixar de comparecer e prestigiar este momento.
Ao começar foi formada uma roda com os presentes e todos se apresentaram. Entre Mcs, Djs, estudantes, líderes comunitários e fãs a conversa fluiu muito bem, dos assuntos abordados o que mais se destacou foi a importância de trabalhar novamente e com força o Hip Hop nas comunidades. Todos estavam bem à vontade e a conversa virou um bate papo que fez o tempo passar muito rápido sem que nós percebêssemos. Ao terminar essa troca de idéia ainda rolou uma canja com dois sons de Max e dois de Emicida, e como estávamos reunidos com dois dos principais representantes da arte da rima improvisada, não faltou Freestyle pra rapaziada. Emicida mais uma vez impressionou com a sua capacidade de se relacionar muito bem com as pessoas. Carismático e dedicado, o que ficou de exemplo para os presentes foi que aliar talento à determinação para atingir um objetivo é uma atitude importante, ainda mais quando é envolvida a parte sentimental nesse processo, ou seja, quando se tem amor de verdade pelo que se faz. A energia deste encontro foi tão boa que a vontade era de ficar lá pelo resto do dia e de não ver a hora de chegar o próximo. Foi um evento simples ao mesmo tempo emocionante.
Chegando em casa a trilha sonora foi a mix tape “Pra Quem Já Mordeu Um Cachorro Pro Comida, Até Que eu Cheguei Longe”, que vem sendo a trilha sonora de vários momentos desde o dia em que a ouvi pela primeira vez. Esse trabalho é tão completo que marca cada momento ou situação do dia a dia, seja pela variedade dos temas, pela voz impostada nas rimas, pelas batidas envolventes das bases, pela clareza das idéias expressadas em uma linguagem que conversa com todos e principalmente pela habilidade de transformar tudo isso em rap.
Não gosto muito quando ouço que o Rap nacional está em decadência, que morreu, não é mais o mesmo, se vendeu, enfim... Acho essa conversa sem sentido e quem a alimenta é um tanto quanto limitado. Ah se esses aí ouvissem Emicida...
Outro dia, conversando com um amigo, que assim como eu, desenvolve trabalhos voltados à comunicação no o Hip Hop nacional, ele disse que chegaram a cobrá-lo pelo fato de ultimamente falarem bastante sobre o trabalho do Emicida em canais de informação como se o Emicida fosse o único “rapper” do Brasil. O Emicida não é o único artista do Rap nacional, mas se falamos muito dele é porque tem motivo, ele faz a diferença e cada vez mais em uma faixa do CD, em uma roda de improviso, em uma performance em cima do palco ou em uma troca de idéia como a que rolou, ele faz com que eu ainda me emocione com o rap.
Valeu Emicida por você fazer sua arte colaborando intensamente com a cultura que nós amamos, o Hip Hop.

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