terça-feira, 25 de agosto de 2009

Freestyle entrevista: MC Projota


Grande promessa dessa nova safra do Rap nacional, diretamente das ladeiras do Jd. Lauzane (São Paulo), Projota trocou uma idéia com a gente falando sobre independência no Rap, Freestyle e seu EP, que está sendo produzido pelo mesmo e deve sair logo menos pra rapaziada. Tudo isso e muito mais você confere agora em entrevista exclusiva pra você!

Por Fabio Bocão

P.F: Quem é o Projota e a quanto tempo é MC?

Projota: O Projota sou eu mano. Algumas pessoas já me perguntaram se sou fake por Orkut, algumas pessoas já questionaram se o Tiago é uma pessoa e o Projota é outra pessoa...
Mas acredito que o Projota não é uma roupa que visto, ou alguém diferente do simples e puro EU.
Hoje tenho 23 anos, comecei a escrever raps com 16; aquela fase que você se empolga e vai comprar uma bandana e umas correntes, também passei por isso.

P.F: Quais as suas influências na hora de fazer um Rap, tanto nas letras quanto na levada?

Projota: Minha maior influência é minha vida, isso é o que mais permito que me influencie.
Acredito que são dezenas de nomes de compositores tanto do rap, quanto da MPB, do rock, do samba; que fazem parte das minhas influencias musicais, seria muita injustiça eu citar o Brown e não citar o Belchior, saka? Então vamos deixar somente nesses dois hehe.

P.F: Quem já produziu e quem hoje produz as suas músicas?

Projota: Acho que uma das pessoas a quem mais devo a evolução da minha carreira como mc, é o produtor A.G. Soares, também conhecido como mc Apolo, do grupo Pentagono.
Produziu meu trabalho durante dois anos.
Ele ao lado de Pedro Gomes, que foi quem intermediou e gerenciou essa parceria. São as duas grandes pessoas que acreditaram no meu trabalho, e fizeram diversas portas serem abertas pra mim.
Hoje quem produz minhas musicas sou eu mesmo, entre outras pessoas que me fornecem batidas, meu ultimo single, recebeu uma produção do Rashid.

P.F: A brasilidade é uma forte característica no seu rap. Onde você busca isso? O que você ouve de música nacional?

Projota: Eu honestamente não sou o tipo de pessoa que pega um cd ou um vinil de samba pra ouvir em casa; mas eu passei a minha adolescência inteira indo em rodas de samba de quebrada. Talvez isso influencie ainda mais do que simplesmente “ouvir” a musica. Eu senti o samba puro e real sendo feito ali, como os freestyles que faço.
Sinceramente, sinto falta dos raps antigos, que conseguiam retratar exatamente a minha vida e a de todos meus amigos a minha volta.
A única coisa que tento é recuperar esse sentimento através do meu rap. Não sou um revolucionário, nem me enxergo como algum tipo de salvador do rap, nada disso; só acredito que cabe apenas a nós a decisão sobre o rumo que o rap no Brasil vai tomar, e tento fazer a minha parte.

P.F: Como você vê a atual cena do Rap nacional? Quem você destacaria e por quê?

Projota: Acredito que o momento é bom. As emissoras de TV estão doidas pra tocar rap, é o caso da Mtv; e precisamos caprichar nos trabalhos pra aproveitarmos os espaços.
Hoje assim como ontem Racionais sempre ser destacado, acho que o Brown continua sendo o maior mc do Brasil, e tem passado por uma grande transição no processo de composição, estou ansioso pelos novos trabalhos.
Eu destaco também as pessoas que eu ainda escuto em casa: Pentagono, Emicida, Rashid, Kamau, MV Bill, são alguns dos nomes que acredito que irão (junto à outras pessoas) ajudar a ditar o rumo do bom rap no Brasil.

P.F: Hoje, a independência é uma alternativa ou “a única alternativa”?

Projota: Não diria ser a única alternativa, já tive algumas oportunidades de fechar algum tipo de contrato; mas encontrei na independência a única forma, até esse momento, de poder direcionar meu trabalho, meu ritmo, meus planos, minhas composições.
Não digo que não irei fechar, não me chamo de independente, pois depende de diversas pessoas que contribuem comigo, diversos fatores que ajudam ou atrapalham, por isso nem ao menos gosto do termo “underground”. Mas, hoje sou eu quem direciono meu trabalho, e “neste momento” estou bem assim.

P.F: Grande parte dessa nova geração do rap tem vindo do Freestyle. A que se deve isso?

Projota: Chega a ser engraçado o fato de nos Estados Unidos, onde foi criado o RAP; o termo RAP mesmo, é totalmente ligado ao fato de fazer rimas improvisadas. E aqui demorou muito pra ser espalhada essa arte do improviso no rap.
Acho simplesmente que de alguns anos pra cá, essa arte foi se espalhando de uma forma tão grande, que grande parte dos mc’s naturalmente aprendem a fazer o Freestyle, pois todos os amigos também fazem.
É a forma mais fácil, você não precisa de nada alem da sua voz e seu raciocínio, isso torna fácil ao menos a tentativa perante seu aprendizado.
Acho que vantagem mesmo, reside no fato de você ter mais uma forma de mostrar sua arte, assim como produzir as próprias batidas pode te levar a ser um produtor, e aprender a riscar nas pick ups, conheço vários dj’s que são mc’s também, e vice-versa.

P.F: Fale dos seus trabalhos já realizados, e no que está focado hoje?

Projota: Como a grande maioria, eu comecei por hobbie, a durante anos foi assim.
Em 2007 iniciei a parceria com Pedro Gomes e Apolo, isso me rendeu a grande crescente que meu trabalho teve desde então. Foi quando realmente passei a “trabalhar” com rap.
Tenho participação na mixtape do Emicida, lançada esse ano; também junto a ele, ao Rashid e outros manos nossos, fiz parte da “Na Humilde Crew” , onde realizamos varias ações em prol do crescimento de nossos trabalhos e o crescimento do rap.
Trabalho com edição de vídeos também, inclusive hoje sou editor de vídeos de um site de cultura urbana NOIZ.
Em 2007 fui um dos dois classificados do estado de São Paulo pra final da Liga dos mc’s.
E hoje me sinto preparado o bastante pra levar até as ruas um trabalho meu de forma física, não só virtual. Por isso estou produzindo meu EP, chamado “Carta aos Meus”.

P.F: Fale um pouco mais sobre essa EP.

Projota: Nunca trabalhei tanto na minha vida.
Eu precisava cortar o tempo e os gastos, quando me vi internado frente aos computador, produzindo e produzindo e produzindo.
De repente me deparei com produções que realmente me agradavam. E percebi que eu poderia dar conta.
Esse EP virá com 8 faixas, sendo a metade totalmente inéditas, e as outras toquei apena em alguns shows, utilizando batidas gringas.
Então ele é 100% inédito.
Até então apenas uma produção não será assinada por mim, e sim pelo DJ Caique, que é também o responsável pela mixagem.
Já está quase pronto, será vendido a 5 reais e deve ser lançado ainda esse ano.
“Carta aos Meus” é o nome do EP e também da primeira faixa dele, tenho procurado fazer com que cada faixa, conte algum momento, algum tipo de sentimento que tenho, e gostaria de compartilhar com aqueles que acompanham meu trabalho. Por isso este nome, portanto, peço que aqueles que gostam do meu trabalho e acreditam nessa missão, esperem por uma carta do Projota, pois ela chegará muito em breve.

P.F: Considerações finais, links, contatos.

Projota: Agradeço ao Programa Freestyle por acreditar, por contribuir, por fortalecer a correria.
Como eu digo, não me sinto um general, líder de tropa; me sinto como um soldado daquele seleto grupo dos mais dedicados do exercito, e só isso. Se depender da minha vontade, essa guerra já foi vencida por nós.
Para ouvir meus trabalhos musicais, incluindo o single “Quanto”, acesse: www.myspace.com/mcprojota
Para conhecer meus trabalhos como editor de vídeos, acesse: http://www.noiz.com.br/
Para contato sobre shows, eventos, e também para informações sobre a aquisição do EP e encomendas de sua compra para revender: envie e-mail para: projota@gmail.com; ou ligue:
11 – 92915293

A rua é Nóiz.

Clique aqui e confira o vídeo da música "Vem cá", com participação de Mayk.

Um comentário:

Anônimo disse...

Projota eh Mt Foda !