Freestyle Entrevista: Alessandro Buzo!

Alessandro Buzo - Suburbano Convicto

Escritor, produtor cultural, apresentador, cineasta e blogueiro. Esse é Alessandro Buzo, que em uma entrevista exclusiva falou sobre seus projetos, sua relação com a Cultura de Rua e seu trabalho desenvolvido nas periferias de São Paulo. Esse é Alessandro Buzo, um Suburbano Convicto no blog do Programa Freestyle!

Por Marcílio Gabriel

P.F: Quem é o Alessandro Buzo?

Buzo: Em primeiro lugar sou um cara super simples, avesso a baladas, bem familia mesmo. Segundo sou um militante e acredito em transformação através da cultura e por fim, sou um maloqueiro que deu certo. Mas com muito trabalho e sempre sendo profissional que o mundo de hoje não tem espaço para quem não se atualizar e fazer tudo certo.

P.F: Fale um pouco de seu trabalho e as atividades que desenvolve.

Buzo: Por mais que faça outras atividades, sou em primeiro lugar escritor, é o que gosto, mas viver só de literatura é complicado, então vem os outros corres. Como escritor lancei 5 livros e duas coletâneas, tenho dois outros prontos, um infantil que deve sair primeiro e outro chamado “Do Conto à Poesia”, além de estar juntando os textos dos autores para lançar ainda esse ano “Pelas Periferias do Brasil – VOL III”, com 15 autores de vários estados. Tenho uma loja (Suburbano Convicto) no Itaim Paulista, mas só administro, o mano Fernando trabalha lá, é meu funcionário. Tem o quadro “Buzão – Circular Periférico” do Programa Manos e Minas da TV Cultura onde além de apresentar, faço a produção. Já gravamos 30 programas, 26 deles já foram exibidos e podem ser assistido no YOUTUBE (Busque: buzao dgt). Desde abril de 2009 faço, junto com o Alexandre de Maio o jornal de literatura “Boletim do Kaos”, são 10 mil exemplares por mês, distribuidos de graça (80% pelas periferias), a gráfica quem banca é o Itaú Cultural e o nosso trabalho quem paga é o retorno das ruas, mais os poucos anunciantes, detalhe: Nenhuma marca de hip hop anunciou até agora... Promovo 3 eventos, “Favela Toma Conta” de Hip Hop que é o mais tradicional deles, acontece desde 2004 no Itaim Paulista, sempre de graça e que já levou grandes nomes do RAP Nacional, só para citar 10: Thaíde, Expressão Ativa, DMN, De Menos Crime, Realidade Cruel, Criolo Doido, Função RHK, Sandrão RZO, Dudu de Morro Agudo, Tribunal Mc´s. Já teve teatro, rock, MPB, circo, poetas. Tem o “Suburbano no Centro” que faço mensalmente na Ação Educativa e por fim o “Encontro com o Autor”, também mensal e que acontece na Loja Suburbano Convicto no Itaim Pta (Extremo Leste de SP). Tem um novo trabalho pintando, mas não posso anunciar ainda.

P.F: Com os trabalhos realizados com a literatura, televisão, eventos e internet, como é sua relação com a Cultura de Rua?

Buzo: Eu sou a rua, vivo nela 24 por 48 (a rua, não a noite), como mantenho habitos simples, frequento os mesmos lugares de antes de ter essa visibilidade toda, os mesmos botecos, favelas, quebradas. Não tenho carro, ando de trem, metrô e “Buzão”, as pessoas me veêm na rua e quando reconhecem acho bacana, mostro que o Buzão da TV é um cara simples que anda de onibus, talvez por isso o quadro, anda de trem, por isso meu primeiro e terceiro livros falaram dos trens. Vivo o Rap, vou em eventos além dos que eu promovo, no meu quadro mostro sempre algum dos 5 elementos.

Boletim do Kaos: Projeto de Buzo e Alexandre De Maio

P.F: Você tem um trabalho muito sólido na periferia com a literatura. Hoje a internet conseguiu alcançar também boa parte da periferia. Em que aspecto você atribui estes dois meios de comunicação em conjunto na periferia? Positivo ou negativo? Os dois podem ter a mesma função na difusão de acessibilidade da informação, mesmo tendo dinâmicas de trabalho diferentes?

Buzo: Internet é super positivo pra quem não fica só vendo orkut, ajuda e muito meu trabalho, me da visibilidade que se fosse esperar outros veiculos não daria. A literatura marginal ou periférica, ajuda a pessoa a contestar, um cara instruido não engole qualquer sapo, contesta. Nossa luta (digo nossa por que tem outros escritores e poetas engajados), é para fazer o povo da periferia ler, primeiro obstaculo, preço do livro, segundo a falta de interesse na leitura que é natural do brasileiro não só na periferia, então promovemos saraus, debates.

P.F: Você mantém na ativa 5 blogs. Como é gerenciar o todo o conteúdo desses blogs? Fale um pouco sobre eles.

Buzo: A principio era só um, o Suburbano Convicto.blogger.com.br, mas era muita coisa e para não ter excesso de posts, criei mais dois, o Literatura Periférica (blogger.com.br) e o Buzo Entrevista, assim os textos e entrevistas não saiam mais no Suburbano, deu um folego. Foi surgindo outras nescessidades e criei o Cinema Nacional (blogger.com.br), para cinema, o (www.buzao.blogger.com.br), para por videos e fotos do “Buzão”, e agora o Blog do jornal (www.boletimdokaos.blogger.com.br), administro ainda o da minha esposa (www.marildafoto.blogger.com.br), UFA !!! Fora o da loja (www.lojasuburbanoconvicto.blogger.com.br) que é exclusivo para anunciar produtos que vendemos para todo Brasil (livros principalmente). Pra mim é tranquilo, como disse não frequento muito a noite e é de madrugada que mais atualizo eles, eu de tarde na DGT Filmes onde trabalho e posso na boa fazer minhas coisas particulares.

P.F: Como você vê a comunicação voltada para o Hip Hop nacional nos dias de hoje?

Buzo: Fraca, tem alguns sabendo trabalhar, mas a maioria ainda precisa melhorar, importante ter hoje uma “assessoria de imprensa”, release, foto em alta com qualidade, essas coisas e muito grupo de Rap de peso, não tem.

P.F: O que é o “Suburbano Convicto? Fale um pouco sobre este projeto.

Buzo: Ser um Suburbano Convicto é sempre pensar em melhorar a periferia culturalmente falando, ser verdadeiro nas suas ações. Quanto ao lado comercial é manter a loja, promover eventos e administrar a carreira do escritor Alessandro Buzo.

P.F: A área de atuação de seu trabalho é muito ampla. Conte algum momento que o marcou em algumas dessas áreas de trabalho.

Buzo: Quando lancei pela primeira vez um livro numa grande livraria (Nobel do Center 3 na Paulista), quando a TV Cultura nos chamou para fazer o quadro “Buzão” (nossa proposta era um programa de meia hora), alguns “Favela Toma Conta” entraram pra história, principalmente os realizados no “Dia das Crianças” (todos desde 2004). Só para citar 3 momentos em corres diferentes.

Buzo em uma de suas atividades

P.F: O Programa Freestyle tem como uma de suas características principais falar sobre música, então não vamos deixar de falar sobre. O que você gosta de ouvir? A música influência diretamente em seu trabalho?

Buzo: 90% do que ouço é Rap Nacional, gosto mais que lazanha. Gosto musicalmente de vários grupos, quando vou ouvir rap (e tomar cerveja) em casa, fico pondo uma, duas faixas de cada CD, tenho muitos, fora as demo que me dão na rua e é humanamente impossivel ouvir todas, mas guardo com carinho e vou sempre ouvindo também.
Os outros 10% que costumo ouvir é samba (Zeca, Bezerra, Leci...), raggae, rock, MPB (Seu Jorge, Wesley Noog).
Curto demais Racionais Mc´s pelo conjunto da obra e peguei o titulo de um albúm deles como lema de vida: Nada Como um dia, após o outro dia.
O Rap influenciou diretamente no meu trabalho.

P.F: O Programa Freestyle agradece a sua participação nesta entrevista ao Blog. Agora o espaço está aberto pra mandar um salve.

Buzo: Salve a todos que curtem meu trabalho, salve a todas comunidades que já passei, vocês fazem valer a pena.
Beijo pro meu filho Evandro (minha maior obra) e minha nega, Marilda Borges.
Salve Itaim Paulista.

P.F: Pra quem quiser conhecer mais sobre seu trabalho, deixe seus links e contato.

Buzo: No Site (www.buzo.com.br). Você acessa os blog´s.
alessandrobuzo@terra.com.br
buzao@tvcultura.com.br
(www.youtube.com) , busque: buzao dgt
Nos vemos nas ruas !!!!!! Desligue a TV e leia um livro.